quinta-feira, 17 de setembro de 2009

20 anos sem saber ler nem escrever. Quantos mais?



(Copyright da fotografia: Ami Vitale / Oxfam)


Até aos seus 20 anos, Makata Magalla não sabia ler nem escrever. Makata vive com os seus dois filhos em Zigeri no Burkina Faso, onde frequenta agora aulas de alfabetização para adultos. Quis aprender a ler e escrever por muitas razões, diz, mas a maior recompensa é poder ler sem precisar da ajuda de ninguém.

No dia em que se assinalou o Dia Mundial de Literacia, 8 de Setembro, a Campanha Global pela Educação em Portugal sublinhou o impacto da educação e da alfabetização no aumento dos rendimentos das famílias, na melhoria das condições de higiene e de saúde, no combate à proliferação de doenças como o VIH/SIDA e na redução da mortalidade infantil.

A Campanha Global pela Educação (CGE) relembra que só na África Ocidental cerca de 65 milhões de jovens e adultos – mais de 40% da população – não sabe ler nem escrever. De acordo com estes dados revelados por diversas organizações, no relatório ““From closed books to open doors – West Africa’s literacy challenge” (Dos livros fechados às portas abertas – o desafio da literacia na África Ocidental) , 40 milhões dos não alfabetizados são mulheres – e em países como a Guiné-Bissau ou o Mali apenas menos de 20% das mulheres sabe ler e escrever.

Em todo o mundo, existem ainda 75 milhões de crianças sem acesso ao ensino e um número incalculável de rapazes, raparigas, jovens e pessoas adultas que frequentam a escola ou outros programas educativos mas não atingem um nível suficiente para serem consideradas alfabetizadas.

Por essa razão, a CGE juntou cerca de 7000 portugueses aos 14 milhões de participantes de mais de 100 países que se manifestaram em Abril deste ano na Semana de Acção Global. Uma oportunidade para exigir mais esforço para alcançar a educação primária universal até 2015, conforme foi prometido pelos líderes mundiais nas Cimeiras do Milénio e de Dakar do ano 2000.

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